Com uma alta de 38,7%, a indústria da construção civil  movimentou no primeiro semestre do ano US$ 305,8 bilhões entre construções  comerciais, residenciais e industriais, ante os seis primeiros meses de 2010.  Houve, no segundo trimestre do ano, casos de empresas que contabilizaram recorde  em vendas, o que fez o mercado sair de um cenário mais pessimista, devido ao  panorama econômico mundial, que leva as empresas a adotarem um discurso mais  cauteloso, para reverem novamente para cima o movimento para 2011. Assim, os  rumores sobre uma possível desaceleração na construção civil brasileira, pelo  menos por enquanto, acaba de cair por terra.
Os números de crescimento são da consultoria ITC Net, e estão de  acordo com a opinião dos organizadores da Feira Internacional da Construção  (Feicon). A previsão do setor é de crescer 8,6% este ano, e passar longe de uma  desaceleração, e seguir acima do Produto Interno Bruto (PIB). "Essa ebulição  deve resultar em um crescimento 3% acima do PIB", disse Liliane Bortoluci,  diretora da Feicon.
Outro termômetro vem do Sindicato da Indústria da Construção no  Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Segundo Sergio Watanabe, presidente da  entidade, é possível estimar um crescimento de 6%, revisto depois do bom  desempenho registrado no segundo trimestre. "Estes dados confirmam o nível de  atividade expressivo da construção em 2011, que já havíamos captado pelos  números de emprego gerados e movimentação do setor, muito superior a  2010."
Prova concreta do cenário de bons números e perspectiva de  crescimento vem da construtora Lopes (Grupo LPS), que bateu neste último  trimestre recorde, com um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 5 bilhões,  uma alta de 44%. O grupo, que detém as marcas Lopes, Pronto, Habitcasa e  Patrimóvel e LPS Brasil, registrou o lucro líquido de R$ 45,9 milhões entre  abril e junho, um crescimento de 72% frente ao mesmo período de 2010.
Para Marcello Leone, diretor de Relações com Investidores do  Grupo LPS, o número atingido foi impulsionado não só pelo crescimento da empresa  e das estratégias de racionalização de custo e eficiência, mas pelo lucro  resultante do recebimento da primeira parcela de bonificação referente ao acordo  da CrediPronto, joint venture entre Lopes e Itaú para financiamentos  imobiliários, no valor de R$ 30,9 milhões.
No caso da empresa Brookfield, que figura entre as maiores  incorporadoras do Brasil, o segundo trimestre do ano gerou crescimento nas  vendas de 70,4% em relação ao primeiro trimestre, totalizando R$ 1,1 bilhão. Nos  seis primeiros meses do ano, as vendas contratadas atingiram R$ 1,7 bilhão,  representando 43% do da estimativa para 2011.
Para este ano, o foco da empresa, de acordo com o presidente do  grupo Nicholas Reade está focado na classe média, que representou 54% das vendas  nos primeiros seis meses de 2011. "Isso mostra que a estratégia adotada este ano  pelo grupo surtiu resultado", diz. Os lançamentos alcançaram o patamar de R$ 746  milhões, o que representa um incremento de 60,1% na comparação com o trimestre  anterior.
No primeiro semestre de 2011 a empresa lançou R$ 1,2 bilhão em  empreendimentos, um aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado.  Desses lançamentos, 58% foram nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e 30% na  Região Centro-Oeste. "Continuaremos a focar as operações nestas regiões, que  correspondem à maior parte do mercado imobiliário brasileiro. Estamos sempre em  busca de melhorar a rentabilidade, ao mesmo tempo em que avaliamos  constantemente a alocação mais apropriada do nosso capital", diz o presidente da  Brookfield Incorporações, Nicholas Reade.
Cuidado
Apesar de positivos os números, na comparação ano a ano, a  empresa viu seu lucro líquido do segundo trimestre (de RS 78,2 milhões) cair  42,8% sobre o ganho obtido um ano antes, e por isso reduziu suas projeções de  lançamentos. Diferente do que parece, de acordo com Reade, a Brookfield decidiu  reduzir a taxa de crescimento de novos lançamentos para "manter a flexibilidade  financeira". As estimativas de lançamentos para 2011 caíram de R$ 4,75 bilhões  para cerca de R$ 4 bilhões. Para 2012, as projeções de lançamentos passaram de  R$ 5,25 bilhões para R$ 4,25 bilhões.
Para Fernando Marceleñas, professor de Macroeconomia da Unip,  esse número não afeta o otimismo do mercado de construção brasileiro. "Esse  número já é quase 40% maior do que o lançado em 2010, e isso é uma média que não  se atinge numa construtora em quase país algum", disse. Para o acadêmico, as  empresas fizeram muitas previsões em 2010 que não serão concretizadas, pois o  mercado não aguenta tantos lançamentos, "mas isso não é sinal de desacelaração.  É preciso inteligência e cautela", disse.
fonte: infoimoveis.com.br
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