Como previsto em 2009, o Brasil virou um canteiro de obras. O  melhor momento do setor na história do país atraiu os principais bancos que,  depois de lançarem ou incrementarem as suas linhas de crédito para imóveis  prontos, agora ajudam a colocar mais cimento na massa financiando as  construções, tanto para empresas quanto para pessoas físicas. O mercado,  praticamente dominado pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, ganhou,  neste ano, concorrentes como Santander e Itaú.
O Santander, que já tinha lançado o seu Construção Fácil em São  Paulo, anunciou, na última semana, a disponibilidade do produto em 59 cidades  mineiras. Foi neste ano também que o Itaú passou a disputar o cliente que quer  construir ou reformar o próprio imóvel, com o ConstruShop, que financia até R$  300 mil, das obras à decoração. O Itaú também criou uma linha de crédito só para  reformas, com limite de R$ 50 mil. O Banco do Brasil, que já atuava na área,  quer chegar ao final do ano oferecendo crédito imobiliário para todos os  públicos. Nos próximos meses, deve passar a operar no financiamento de imóveis  do programa Minha Casa Minha Vida para pessoas com renda familiar de até três  salários mínimos. Hoje, só a Caixa atua nessa faixa.
O aumento das carteiras para construção é o que mais motiva os  bancos. A Caixa espera emprestar R$ 81 bilhões em imóveis neste ano em todo o  país, ou seja, R$ 6 bilhões a mais do que em 2010. Desse montante, R$ 72,9  bilhões devem ser destinados à construção. Em Minas, serão R$ 10 bilhões no  total, dos quais R$ 9 bilhões vão para os canteiros de obras. O Itaú emprestou  R$ 1,155 bilhão para construtoras de janeiro a março deste ano. Nos três meses  seguintes, o volume mais que duplicou e atingiu R$ 2,645 bilhões.
"Este é um setor sem vestígio de crise porque, além da economia  estável do país nesse momento, o déficit habitacional do Brasil ainda é muito  grande", destaca o gerente regional da Caixa, Marisvaldo Araújo  Ribeiro.
Ele diz que ainda são poucas as pessoas físicas que procuram  financiar a construção, a maioria por falta de informação das opções  disponíveis. "Quase ninguém sabe que a Caixa financia o lote e a obra. Tem  clientes que passam anos juntando o dinheiro para comprar o terreno e depois  solicitam o recurso para a obra", conta. Outro temor percebido pelo gerente é  quanto ao gerenciamento da obra.
O ConstruShop, lançado pelo Itaú no início do ano, é destinado a  quem quer construir, reformar e até decorar. Trata-se de um cartão ligado à  Mastercard que pode ser utilizado em lojas conveniadas à bandeira dos ramos de  construção, móveis e decoração.
"Entre os diferenciais desse produto está a possibilidade de o  cliente usar o crédito para decorar, comprar móveis (planejados e não  planejados)", afirma o diretor do Itau Unibanco, Luiz Veloso.
O cliente tem até seis meses para fazer suas compras. Nesse  período, serão cobrados somente os juros das compras realizadas. Após esse  prazo, são até 60 meses para pagar. Caso seja necessário um novo limite, o  cliente pode contratar outro financiamento e usar o mesmo cartão, que vale por  cinco anos.
Outra linha de crédito da instituição pretende atrair 5 milhões  de clientes com limite de crédito pré-aprovado de todo o país para custear  reformas que custem, no máximo, R$ 50 mil. A primeira parcela pode ser paga em  até 90 dias pelo cliente. 
O Santander espera atrair clientes com rendas entre R$ 4.000 e  R$ 100 mil e clientes da área de Private Bank que tenham aplicações a partir de  R$ 3 milhões para o Construção Fácil, que acaba de ser lançado em 59 cidades de  Minas Gerais.
A superintendente executiva de Negócios Imobiliários do  Santander, Nerian Gussoni, explica que a maior vantagem da nova linha é que o  crédito é liberado antecipado e sem a obrigação de ter percentual de obra  executado.
"Sabíamos que havia uma demanda, mas fizemos testes e ajustes  que atendessem as necessidades levantadas durante a fase piloto do produto",  explicou a executiva do banco.
A carteira do crédito imobiliário do banco totalizou R$ 13,9  milhões no primeiro semestre deste ano, montante 34,5% maior em relação a igual  período do ano passado.
Fonte : infoimoveis.com.br
Fonte : infoimoveis.com.br
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