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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Contêneires se transformam em espaços comerciais, hotéis e casas

No Brasil, estes caixotes de aço começam a aparecer como alternativa econômica, rápida e sustentável.

Iguais, sem concessões a nada que não seja um ângulo reto, os grandes recipientes usados para transporte marítimo de carga acabam descartados depois de, no máximo, dez anos de uso. Esquecidas em portos mundo afora, as vastas extensões de contêineres não passam despercebidas a alguns arquitetos, que viram nesse desperdício um enorme manancial para seus projetos. Holanda, Inglaterra e Japão já incorporaram a ideia e vêm erguendo não apenas escritórios e hotéis como também habitações estudantis e casas com contêineres empilhados. As possibilidades, embora pareçam limitadas devido ao formato padronizado da matéria-prima, surpreendem. Mas os grandes atrativos são mesmo a rapidez da obra - uma casa-contêiner pode sair do papel em três meses - e o custo baixo. 

Solução para uma casa de hóspedes 


Fica em Chicuero, nos arredores de Santiago, no Chile, a casa de 93 m² planejada pelo arquiteto chileno Sebastian Irarrazaval em 2009 e executada em quatro meses. Criada para ser a casa de hóspedes de uma residência, ela chegou ao terreno 90% pronta. Bastou conectar os quatro contêineres entre si e ligá-los às redes de luz e água existentes. Placas lisas de aço de 3 mm revestiram as paredes corrugadas externas, enquanto as internas receberam compensado de pínus. Como isolante, o arquiteto optou pelo poliuretano expandido, sem abrir mão de uma eficiente ventilação cruzada através de aberturas feitas nos caixotes. Para dar sustentação a eles, blocos pré-fabricados de concreto, do tipo usado em guardrails, foram fixados em dormentes por meio de placas metálicas.

Casa experimental para expor e morar 


Quando resolveu fazer sua casa com contêineres, o arquiteto Danilo Corbas procurou técnicos de várias especialidades. Em pouco tempo, diversas empresas envolveram-se em seu projeto, transformando-o, assim, numa casa experimental. Com conclusão prevista para este mês, ela ficará aberta à visitação antes de se tornar moradia. A lã de pet é o isolante térmico do térreo, que conta com quarto, escritório, sala e cozinha. No piso superior, onde ficam duas suítes, ela ganhará um complemento de lã de rocha. Leds compõem 95% da iluminação. Fornecidos pela RPA, os quatro contêineres de 12,19 x 2,44 x 2,90 m vieram de São Vicente, no litoral paulista, já com as aberturas prontas. Em três horas, um guindaste os dispôs no terreno em Cotia, SP.

O impacto visual dos espaços comerciais 


Duas horas para a montagem dos contêineres, duas semanas para a entrega da loja: assim foi a obra de uma concessionária de automóveis em Londrina, PR, criação do arquiteto Guilherme Torres. Menos rápido, mas com visual igualmente impactante, é o showroom que Marcio Kogan e Mariana Simas projetaram em São Paulo valendo-se de quatro contêineres de 12 x 3 x 3 m e dois de 3 x 3 x 3 m. "Eles são também parte da estrutura do galpão de pé-direito duplo. Uma cobertura metálica leve apoia-se sobre as arestas dos contêineres", explica Mariana. Revestidos internamente de MDF, receberam uma camada de lã de rocha, usada como isolante térmico. Em cima, aplicou-se manta asfáltica. A dupla tem uma boa definição de um projeto assim: brincadeira de Lego.

Fonte: casa.abril.com.br

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